Donnerstag, Januar 03, 2008

Lágrimas do Choro

Ouve, meu Coração,
o som lamuriante
que aquele bandolim entoa agora
em meio à roda alegre dos boêmios...
Como ele ali traduz com singeleza
a imensidão desta profunda mágoa
em que me vejo imerso!

Se os meus versos, ao menos,
pudessem ter a dádiva
de como ele verter em poesia
as lágrimas amargas que derramo
ou ter a arte de arrebatar tua alma
e revelar ao mundo
a tua formosura indescritível...
assim, talvez... quem sabe, minha Amada,
algum valor teriam;

contudo, eu sei que o meu Fado inimigo
privou-me deste dom
por não querer jamais
que tu pudesses compreender um dia
a dor dilacerante
que esta canção plangente me estimula
a cada simples queixa da viola...

Meu Choro amargurado
e estas palavras tristes e vazias
que em vão agora escrevo,
não são senão apenas, minha Bela,
a confissão silente
das graves aflições que por ti sofro!

Se queres, pois, sentir
a pena que o teu lindo gesto causa
à minha solidão,
escuta atentamente
a branda e comovente cantilena
expressa sempre em cada humilde esquina
desta adorável rua...

e tu verás que neste Choro existe
uma doce cadência, bela Dama,
e que todo pesar que sinto tem
nas áureas cordas de um nobre cavaco
uma linguagem meiga e inteligível
capaz de facilmente quebrantar
teu ensoberbecido coração.

Thiago Amorim

Samstag, Januar 27, 2007

Ego

Malditos esses que me roem
Sugando o meu sangue
Como parasitas que são!
Morram formas inúteis!
Apaguem para sempre
Do cerne do meu ser...
Sejam o que são:
Nada circundante
De formas horríveis!
Monstro de mil cabeças,
Sem vida própria e duradoura,
só eferidadesNos gozos inúteis,
Vazios e nas tragadas insanas.
Lixo psiquico de ilusões
E tempo perdido.
Na pluralidade de tua companhia
Serei sempre um inútil,
Escravo e escravizado.
No vazio dos dias transpassados
E quase intermináveis.
Assim como todas as vidas
Passadas ao pesado fardo do sono consciente.

Prithive

Freitag, Januar 26, 2007

Dor Negra

Na obscura cena que se apresenta
Diante do meu ser perplexo,
É retratada toda a minha desolação...
Sombrio e solitário, o Mago
vaga com todo o peso da realidade no mundo,
Sua forma humana não existe mais,
agora ele é só um vulto negro
Na escuridão de um dia sem sol.
Uma dor imensa o acompanha...
sobre si os mais terríveis seres
e em sua mente completa escuridão,
sentimentos humanos não existe mais...
O ser que outrora flutuava sob o ar,
Hoje está disperso e irreal,
vencido como se soubesse a verdade de si
E nem a morte ousa tocá-lo,
A sina humana não existe mais...
Vaga a sombra negra e inespressiva
No vale solitário, com o Nada mental
Diante de si e a envolve-lo
Numa escuridão eterna
Que flui interiormente
e exterioriza ao seu redor,
fazendo morrer,
muchar e impregnar-se de dor
Toda forma de vida que ali se encontra.
vida humana, não existe mais...

Prithive

Donnerstag, Januar 11, 2007

Novo Mundo

Para iludir o tempo, criei,
Tempestuosas obras ao relento,
Como Salvador Dali, em,
Seus momentos descontentes,
Criei a surrealidade germinadora
De voláteis e ociosos mundos...
Criei uma identidade para a febre,
Materializei viagens astrais,
Transformei-me num deus célebre...
Quis revestir a estética
Deste novel mundo presente,
Com pinceladas fortes e jorradas
De sombra, carmim e sépia...
Pintei o mundo ao meu modo,
Depois o habitei com minhas criaturas,
Seres humanos desfigurados
Para aprenderem a amar
No que agora se assemelham...
Mais nenhuma idéia de pudor,
Nada agora é pecado,
O passado e o futuro
Foram cruelmente exterminados,
Sem contagens de tempo
Tudo agora é presente...

*Poema publicado no jornal O Capital de Resistência ao Ordinário, Dezembro.Carlos Conrado/São Paulo-Bra

Freitag, Januar 05, 2007

INFIDELIDADE


Talvez a aguia
sem o papel de simbolo
possa voar com a vida vitoriosa,
passando pelas janelas e portas
dos povoados, para chegar onde
canta o mar, que é livre.

Mas aqui estamos presos pelo
desespero do pensamento vão,
sem poder vencer o tempo,
este inimigo transparente,
oculto em si mesmo,
devorando nossas forças.

Como escrever sobre este
jorrar de infidelidades, sem chorar,
sem sentir o vazio nos dedos
contando os dias que se vão?

TERESINKA PEREIRA/Ohio-USA
Senhora...

Cansada da monotonia
De viver no trono, estática,
Eu, guardiã da verdade,
Resolvi radicalizar meus atos...

Condenei a intolerância,
A pureza e a honestidade.
Absorvi Hitler, Sadam e Bush,
Rebelei-me contra a fraqueza...

Investi na intolerância generalizada,
Matei a esperança para ser chamada
De justiça desequilibrada.

Carlos Conrado/São Paulo-Bra
05/01/07

Freitag, Dezember 15, 2006

A NOITE

Todos falamos do tempo
e queremos nos esquecer
que a madrugada
e' irreversivel.

Quem sabe se o verso
que desconhece o calendario
e ignora o tic tac do relogio
pode desafiar a noite
e transpor a viagem dos dias
sem medo da escuridao
sem medo do pecado
certificando em cada minuto
que vivemos o escolhido
e unico paraiso do amor?

TERESINKA PEREIRA
Ohio- USA
LAS BRASAS


Y aulle' mas por mi que por ti
pensando que la vida
se prolonga sin quererlo
OSCAR FLOREZ TAMARA


Antiguas, de mucho tiempo
son esas brasas vivas
que desnudan tu voz de lobo
en los minutos que se pegan a mi piel.

?Y que puedo hacer
si no re-inventar el espacio
y sentir el soplo del aullido
en la medula, para soportar
ese mismo tiempo que pasa
recorriendo nuestras palabras
para echarlas al viento?

Mis dedos tocan tus versos
en los que fluye la miel caliente
para acomodar la noche
que acaba de llegar...

TERESINKA PEREIRA
Ohio- USA

Donnerstag, Dezember 14, 2006


NADA SE PERDE

Entre a luz da lua
e o brilho do sol
nosso grito galopa
e se retem na memoria.

Quem sabe se naquele tempo
nao trilhamos o mesmo caminho,
se nao nos demos as maos com ternura
acaso na mesma estrada?

Quem sabe nao foi em vao
o amanhecer em terra alheia,
as emocoes disfarcadas em dores,
o ceu aberto na tristeza,
as lagrimas e o silencio dos mais velhos?

No final de tudo,
repassamos o tempo
e tomamos gosto pelo presente
com saudade do que nao vivemos,
a incontinencia do amor.

Ai! Essa estrada tao longa e distante
ainda nao acaba de chegar...

TERESINKA PEREIRA-
Ohio-USA